Cantar o dia como um minuto após o outro. Tempo. Pergunto ao rio
retornando antigo a mim, verso duro e obscuro. Tempo. Onde meus olhos
pousam, lentos, vagando vagabundos no tempo imenso de mim, atropelado
por ponteiros e mágicas. O dia comprido cumprido onde o tempo é
talvez um tom de cor nova, ainda não pensada ou vivida, talvez um
tom de verde. Tempo. Essa novidade acústica que eu experimento com os
dedos, sem saber de ser ou de estar, onde ser e estar se fundem num
verbo inexistente na minha língua, de pensamento ambíguo
impossível. Língua de rodopios e desgastes. Na essência dos
verbos, estados e seres divididos, seus predicados e processos.
Quando. Este tempo hoje, os muros da casa que abraçam, o sol de um
fim de dia e de datas somadas, estranha maneira de sabor. No fim. Tempo. Hoje. Tempo: temperada temperatura do toque.
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