segunda-feira, 11 de julho de 2016


Não saia da verdade
deixando aberta a vida como quem desfila um carnaval.
Queira a mim em mim e
o que em mim habita,
louco,
cheio de seus novos poros e palavras,
sem mais as explicações de seus delírios.

Não saia pela porta
e não vire mais as chaves ao contrário em mim,
trancafiando as suas decisões como a serpentes.
Não ignore o meu reclame,
mais que a minha luxúria ou minha ira.
Não queira de mim poucos esforços,
não me descontente,
não me descontinue.
Não me finja amar, subterfúgio,
e nem me queira pelos ciúmes.

Ame apenas,
como quem mais não sabe o que fazer
ou como quem não consegue se ferir de outra forma
ou como quem não pretende mais nada com a voz solta,
com as palavras em silêncio.
Queira meus desejos sem corpo,
sem vontades claras,
buscando mais que a sede das minhas palavras
e queixe-se dessa vertigem.
Queixe-se por muitos anos desta falta de palavras.

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