para ana.
amor, tece as mãos!
as quatro mãos do destino
e as reconhece plurais e espelhadas
sem certeza.
onde não teceres quatro mãos,
amor, fia as que faltam
ou desfia todas.
transcende as mãos em outras linhas
faz bordado que embola
- tantas voltas -
no avesso complicado da cor.
amor, tece mãos!
com elas
desenha dedos para perceber-te no escuro
(porque há outros
sentindo)
e ensaia um pensar difícil e cifrado
para nelas
para ambos desistirem do pesar que há nisso
e, então, de mãos tecido, amor, sem mais pensar
conta-te fio a fio
destece-te
e toma o ar em par de asas!
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