sábado, 1 de junho de 2013

da passagem


Na ironia do destino, foi em Passagem, ao lado de um rio, que eu fixei minha morada, cheio de perguntas e de decisões por tomar. Mais que morada, vivo em outra passagem que habito. A passagem das horas que estudo diariamente, relendo e pensando; a passagem que é a estrada de Minas pedregosa, que está repetidamente lida e repensada sobre a mesa; a passagem das águas do rio que passa por debaixo da minha janela, a passagem do tempo daqueles que ainda vivem aqui o entre-lugar de suas muitas opções e escolhas, aquilo que desorienta pessoas próximas a mim aqui. Nestas passagens, perdido ainda, vi BH numa linha divisória daquilo que pode vir a ser uma reconquista ainda indecifrada. Vi outras possibilidades de destino e ando cheio delas pelos becos, alimentando sonhos novos que nunca me ocorreram, decisões mais sólidas que ainda não havia computado, novas esperanças para trilhar um outro caminho que me era, até então, nebuloso e complicado, sem destino aparente. Mas na escolha tudo pode ser novo de repente, surpreendente como a passagem que sempre muda tudo, cheia de outras esperas, com grandes e largas estradas a caminhar, mais claras que esses becos de indecisão. A escolha das escolhas, ainda por tomar, que me sugerirá tantas mudanças porque nela haverá mais por mudar que coisas e suas funcionalidades. A minha mudança misturada para outra passagem, no eterno não permanecer. Partir, quem sabe, para mim mesmo mais sóbrio em alguma outra esquina além, em um lugar que reúna o que busco e que pode me surpreender com o movimento característico de uma novidade passageira.

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