sábado, 13 de agosto de 2016

Atlântica - III


mar
onde mergulho os sonhos
e zarpo barcos de papel
rumo à infinita linha que é curva
e que abriga
a espuma e o sal

mar
onde perco o fim desatado do azul impreciso
cheio de abismos como o nome
sob o céu e seus perigos
nas profundezas abissais

mar
onde molho estas mãos
profundas
e busco as ondas perdidas
o indefinido e incontido desejo em sal
cheio de poros azuis e marés
de braços dos laços no inaudito

mar
onde o que quero é sim
como o som do sumir da espuma nas bocas da areia
esta areia que trago nos bolsos para te dar
poucas conchas delicadas onde te escondo
para te redescobrir inteira
                                        nas ondas que procuro
                                              [teus destinos]

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