Faz falta a ponte na ponta da baía ao sol desse inverno. Fazem falta os navios ancorados no Penedo, os rebocadores branco e pretos e um pequeno barco que liga o centro de Vitória a Paul. Fazem falta os muitos quilômetros da Vitória à Minas, seus solavancos e o entardecer visto por suas janelas sujas do minério de Minas. Faz falta a Praça da Estação, as bagagens, os abraços de chegada. Faz falta o tobogã da Contorno à 21h da sexta, quando as pessoas resolvem entrar em casa e sair. Faz falta o Maletta, seus livros e bares. Faz falta a serra de Itabirito, o caminho. Faz falta ver Ouro Preto sob a neblina, ver o Ribeirão do Carmo entre rochedos e Mariana amanhecendo numa linha de sol. Faz falta a estrada, os cafezais de Manhuaçu em flor, o São Pedro no frio de Juiz de Fora. Faz falta o rosto no espelho. O mesmo que se viu refletido em retinas, lentes de óculos, vitrines de livrarias, garrafas de vinhos. Faz falta o rosto no espelho, esse rosto hoje que é também um amontoado de casas.
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