quinta-feira, 14 de abril de 2016
domingo, 3 de abril de 2016
pensar o dia, a hora, e não ser. pensar o que traz o mar, o que tem na concha, o que existe de distância no vento que percorre o rio. pensar no rio, seus peixes de nomes conhecidos e desconnhecidos, seus mistérios, em Iara no fundo comendo os precipícios. pensar no que existe além da canoa, na terceira margem que liga o aqui e o não aqui, parada no grande seguir das águas. pensar no calor sob um céu azul que nem cabe tanto azul e sentir saudades das espumas das ondas, do penedo, das noites frente ao cais desabitado com seus barcos e pescas para depois.
talvez olhar o mar mais uma vez de olhos apertados e chorar. talvez lembrar que há água em mim por inteiro e que volto para perto dela, seus amanheceres. talvez olhar o rio largo sob a ponte, as croas e os manuelzinhos, os pássaros de muitos nomes, as docas e as dornas, um vocabulário novo e espinhento como um pequi por dentro. talvez encher a língua de espinhos quase invisíveis para lamber o outro. lambida espinhenta que traduza esse vário sentir, para arranhar e ferir como fazem as galhas ao fundo das chalanas.
talvez olhar o mar mais uma vez de olhos apertados e chorar. talvez lembrar que há água em mim por inteiro e que volto para perto dela, seus amanheceres. talvez olhar o rio largo sob a ponte, as croas e os manuelzinhos, os pássaros de muitos nomes, as docas e as dornas, um vocabulário novo e espinhento como um pequi por dentro. talvez encher a língua de espinhos quase invisíveis para lamber o outro. lambida espinhenta que traduza esse vário sentir, para arranhar e ferir como fazem as galhas ao fundo das chalanas.
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