Recebi a notícia pouco depois de acordar. Recebi telefonemas de toda sorte (alguns que há muito não recebia) e, aqui, em Passagem, é ainda mais difícil de acreditar.
Pensei em ti outro dia, lembrando da última vez que nos vimos. Teu sorriso e um carnaval. E tudo, de repente.
Ainda há fotos tuas (nas gavetas, nas caixas, no computador), ainda há velhas cartas nunca enviadas e bilhetes recebidos em datas variadas. Há a lembrança da última conversa, pelo telefone, um até logo, um até qualquer dia. E de repente o que me perguntam sobre ti não é mais o que andas fazendo da vida, por onde andas, em que lugar do globo estás agora sobre o mar. Eis que de repente, não me chega mais uma mensagem com um novo número de telefone, um novo endereço, uma ligação cheia de novidades, de novos amores e de novas festas em uma conversa recheada de nossas lembranças.
E eu nem sei o que pensar ainda. Ficou, mesmo e fundo, este silêncio. Talvez o mais profundo. O irrecuperável silêncio que, por mais que estude, só agora eu o entenda em profundidade.
Não fui te ver, talvez, por uma covardia íntima. Um egoísmo de não querer apagar a imagem que fica, teu sorriso ao ver margaridas, ao conhecer o mundo, ao fazer algo que gostavas, o sorriso de uma conversa de há muito.
Nos nossos distantes saberes, fica este espaço. E é estranho, podes estar certa, o que sinto agora. Sei que fica a palavra que me deste escrita em pedra, entre meus livros, teu sorriso e minha memória.
Fico contigo aqui, no que sobrou de tua voz em mim, nessas caixas de lembranças. E sabe-se lá por que, nas margaridas que tanto gostavas, no mar, em pedras do chão, nestes sinos.
E de repente, tu te transformas em silêncio profundo e intransponível.
Pensei em ti outro dia, lembrando da última vez que nos vimos. Teu sorriso e um carnaval. E tudo, de repente.
Ainda há fotos tuas (nas gavetas, nas caixas, no computador), ainda há velhas cartas nunca enviadas e bilhetes recebidos em datas variadas. Há a lembrança da última conversa, pelo telefone, um até logo, um até qualquer dia. E de repente o que me perguntam sobre ti não é mais o que andas fazendo da vida, por onde andas, em que lugar do globo estás agora sobre o mar. Eis que de repente, não me chega mais uma mensagem com um novo número de telefone, um novo endereço, uma ligação cheia de novidades, de novos amores e de novas festas em uma conversa recheada de nossas lembranças.
E eu nem sei o que pensar ainda. Ficou, mesmo e fundo, este silêncio. Talvez o mais profundo. O irrecuperável silêncio que, por mais que estude, só agora eu o entenda em profundidade.
Não fui te ver, talvez, por uma covardia íntima. Um egoísmo de não querer apagar a imagem que fica, teu sorriso ao ver margaridas, ao conhecer o mundo, ao fazer algo que gostavas, o sorriso de uma conversa de há muito.
Nos nossos distantes saberes, fica este espaço. E é estranho, podes estar certa, o que sinto agora. Sei que fica a palavra que me deste escrita em pedra, entre meus livros, teu sorriso e minha memória.
Fico contigo aqui, no que sobrou de tua voz em mim, nessas caixas de lembranças. E sabe-se lá por que, nas margaridas que tanto gostavas, no mar, em pedras do chão, nestes sinos.
E de repente, tu te transformas em silêncio profundo e intransponível.
Belíssimo texto, Danilo! Cheio de leveza e saudade.
ResponderExcluirBela homenagem! Receba meu carinho.
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