I
cada cruz
cada cova
cada voz
cada dor
combale
na estrada em ruína
nós
e
os mortos
sepultados em mim
esperam covas
ou
qualquer chão possível
na vala comum aberta ao sol
cicatriz de praça
um tempo duro
que desobriga o poema de espera
um tempo escuro
que desobriga a dor de disfarce
o choro na noite dos que não dormem
o cheiro do que se perdeu
e as mãos sujas de sangue dos que ignoram
[nas casas sem distância
como estar
como perceber
como lutar pelos das filas
pelos que esperam a ajuda que não vêm?]
a fúria de nós
dispensa o grito
mas exige a luta
além de notas
a fúria de nós
dispensa varandas
panelas e arrependidos
a fúria de nós exige o fim
do mandato
do mandado
o fim do imperdoável
do imperdoável
sujando de sangue uma bandeira
que chamei de minha
terça-feira, 5 de maio de 2020
sexta-feira, 1 de maio de 2020
.
essas memórias
seu panegírico
e a festa
no espaço-sitiado
os braços que
[distantes]
sintetizam
:há
no outro lado
o ar que queríamos
e o sorriso solto
de outros carnavais
acaba a noite
[porque tudo ac
aba]
e nos sobra a sorte
a sorte
essa sim
cheia de nada
seu panegírico
e a festa
no espaço-sitiado
os braços que
[distantes]
sintetizam
:há
no outro lado
o ar que queríamos
e o sorriso solto
de outros carnavais
acaba a noite
[porque tudo ac
aba]
e nos sobra a sorte
a sorte
essa sim
cheia de nada
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