dizem que é preciso virar palavra, virar imagem. dizem que é preciso viver a falta, essa grossa sombra que não compreendemos. mas os mistérios, os destinos, as sombras grossas e marrons dessa falta não são precisas. não há precisão quando o que mais há, gritante, é precisão. ela falta? ela soma? ela nos vive por nós, no momento da absurda verdade que, de tão natural e real, tem ar de irrealidade, parece impossível?
e ainda há estrada, há mais caminho. há mais dos bailes delas nas antigas salas que hoje ninguém mais frequentará. nem mais vestidos, nem mais o som e a surda condensação que extrapola o que há de doar. abre-se o salão da memória para o baile que ela habitou. e agora, no sempre, habitará?